No episódio 9 do Podcast da Ajuda Informática, vai-se falar de Robôs Humanoides e do que podemos chamar de revolução silenciosa, pelo menos para muitos de nós.
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Mas Afinal, O Que é um Robô Humanoide?
Pense num robô humanoide como uma máquina criada à imagem do ser humano. Tem aproximadamente a nossa altura (entre 1,30m e 1,80m), duas pernas para caminhar, dois braços para manipular objetos e sensores que funcionam como os nossos sentidos.
A grande novidade é que estes robôs não se limitam a seguir instruções programadas de forma rígida. Graças à inteligência artificial (com o recurso à mesma tecnologia que está por trás do ChatGPT), eles conseguem “aprender” observando vídeos ou sendo guiados por humanos através de realidade virtual. É como ensinar uma criança: mostra-se uma vez, e ela começa a compreender o padrão.
O Que Mudou em 2025?
Imagine que se lhe dissessem que, em poucos anos (talvez em menos de 1O anos), poderá ter um robô em sua casa, que dobra roupa, coloca a louça na máquina, lhe aspira a casa (de modo mais sofisticado que os aspiradores actuais iRobot) ou que pode ajudar um familiar idoso a levantar-se da cama e a funcionar como um assistente pessoal, como o mordomo e tudo isso por menos de 15.000 euros. Parece ficção científica? Pois bem, no entanto 2025 está a ser considerado o ano em que os robôs humanoides deixaram de ser apenas protótipos de laboratório para começarem a ser produzidos em massa, quer na china e nos EUA.
Mas onde estão as grandes diferenças ?
Se pensar em aspiradores automáticos ou assistentes virtuais como o Nest (Google) ou à Alexa (Amazon), então pense mais à frente. Estamos a falar de máquinas com formato humano, com braços, pernas, mãos e “olhos” (câmaras), capazes de caminhar, segurar objetos e aprender tarefas novas e até conversar consigo (como já acontece actualmente com os chatbots).
Em síntese: Máquinas inteligentes que se parecem connosco (humanoides) e que estão a deixar a ficção científica para entrar na nossa realidade.

Quem São Os Protagonistas Desta Revolução?
Figure 02 – O Aprendiz Rápido
O Figure 02 (https://www.youtube.com/watch?v=0SRVJaOg9Co&t=1s) é um robô humanoide, criado pela empresa Figure AI, tem quase a altura de uma pessoa adulta e mãos surpreendentemente hábeis. O mais impressionante? Aprendeu a dobrar toalhas vendo apenas 80 horas de vídeos de pessoas a fazê-lo. Para termos uma ideia, isso é menos de quatro dias de treino para uma tarefa que muitos de nós achamos maçadora e muitos homens até têm dificuldade.
Tesla Optimus – A Aposta de Elon Musk
Sim, o mesmo Elon Musk dos carros elétricos (Tesla) está a desenvolver robôs humanoides. O Optimus (https://www.youtube.com/watch?v=cpraXaw7dyc&t=28s) já consegue caminhar, pegar em objetos e realizar tarefas domésticas básicas. A Tesla acredita que, no futuro, estes robôs poderão custar menos que um carro e trabalhar em fábricas, armazéns ou mesmo nas nossas casas.
Boston Dynamics Atlas – O Ginasta Mecânico
Se já viu vídeos de robôs a dar saltos mortais ou a correr por terrenos acidentados, provavelmente era o Atlas (https://www.youtube.com/watch?v=29ECwExc-_M&t=15s)Quanto Custam?
Atualmente, um robô humanoide industrial custa entre 140.000 e 150.000 euros. Parece muito? É verdade, mas os especialistas preveem que os preços cairão drasticamente. Tal como os computadores que, nos anos 1980, custavam o equivalente ao preço de um carro e hoje temos nos bolsos com capacidades mil vezes superiores.
A estimativa é que, até 2035, possam existir modelos domésticos a preços acessíveis para a classe média.. Esta máquina é referência mundial em mobilidade e equilíbrio, mostrando o que é possível quando engenharia mecânica e software trabalham em perfeita harmonia.
Mas Para Que Servem Estes Robôs?

No Trabalho
- Fábricas e armazéns: Mover caixas, organizar produtos, trabalhar em linhas de montagem
- Construção: Tarefas perigosas ou fisicamente exigentes
- Hospitais: Transportar equipamentos, auxiliar enfermeiros
Em Casa
- Tarefas domésticas: Limpar, arrumar, dobrar roupa
- Cuidado de idosos: Ajudar a levantar, relembrar medicação, fazer companhia
- Compras e entregas: Ir buscar encomendas, fazer recados
Situações de Risco
- Resgates: Entrar em edifícios em chamas ou zonas de desastre
- Desativação de bombas: Trabalhar em locais onde seria perigoso para humanos
Quanto Custam?
Actualmente, um robô humanoide industrial custa entre 140.000 e 150.000 euros. Parece muito? É verdade, mas os especialistas preveem que os preços cairão drasticamente. Tal como os computadores que, nos anos 1980, custavam o equivalente a um carro e hoje temos nos bolsos smartphones com capacidades mil vezes superiores e quase toda nós temos um ou mais e muitos desde os 10 anos de idade.
A estimativa é que, até 2035, possam existir modelos domésticos a preços acessíveis para a classe média, ou seja, abaixo de 15.000 Euros.
Os Receios São Legítimos e “Vão Roubar Os Nossos Empregos?”
Esta é, provavelmente, a preocupação mais comum. E é compreensível. Se um robô pode trabalhar 24 horas sem parar, sem salário, férias ou baixa médica, porque contratar humanos?
A realidade é matizada:
- Alguns empregos serão efetivamente substituídos, especialmente trabalhos repetitivos e fisicamente exigentes
- Surgirão novos empregos: alguém terá de programar, manter, reparar e supervisionar estes robôs
- A história mostra que cada revolução tecnológica elimina algumas profissões mas cria outras
A questão não é “se” haverá impacto, mas como nos preparamos para essa transição. Será fundamental investir em formação e requalificação profissional.
“São Seguros?”
Um robô humanoide pode pesar 70kg e mover-se. Se algo correr mal, pode representar perigo. Por isso, as regulamentações de segurança são cruciais. Tal como os carros têm cintos, airbags e testes de segurança rigorosos, os robôs precisarão de sistemas de segurança robustos e certificações.
E A Nossa Privacidade?
Um robô doméstico terá câmaras e microfones. Quem garante que não está a gravar tudo? Quem tem acesso a esses dados? Estas questões ainda não têm respostas claras, mas são fundamentais. Precisamos de legislação forte sobre proteção de dados aplicada à robótica.
Não Vamos Perder A Nossa Humanidade?
Se um idoso passa o dia inteiro com um robô cuidador em vez de familiares ou enfermeiros humanos, isso não é triste? Se as crianças crescem com robôs babysitters, que impacto tem no seu desenvolvimento emocional?
Estas são questões filosóficas e éticas genuínas. A tecnologia deve complementar as relações humanas, não substituí-las. Um robô pode ajudar nos cuidados físicos, mas nunca substituirá o afeto, a empatia e a conexão humana.
A Voz dos Céticos
Nem todos estão entusiasmados. Rodney Brooks, um dos pioneiros da robótica e cofundador da empresa que criou o famoso aspirador Roomba, é bastante crítico. Segundo ele, as demonstrações atuais são sobretudo “espetáculo” – funcionam em ambientes altamente controlados, mas falhariam na complexidade do mundo real.
Brooks destaca que os robôs atuais não têm sentido de tato suficientemente refinado. Imagine tentar fazer uma cirurgia ou montar um smartphone sem sentir a textura, pressão ou temperatura dos materiais. É possível, mas extremamente difícil.
Esta perspetiva cética é saudável. Lembra-nos que entre uma demonstração impressionante num vídeo e um produto fiável para uso quotidiano há um longo caminho.
O Que Vem A Seguir?
Os especialistas concordam que estamos no início de uma longa jornada. Até 2035, espera-se:
- Presença crescente em ambientes industriais: Armazéns, fábricas e centros logísticos serão os primeiros a adotar em massa
- Primeiras aplicações domésticas: Inicialmente em lares de alto rendimento ou para cuidados especializados
- Queda nos preços: Tornando-se gradualmente acessíveis
- Regulamentação amadurecida: Leis claras sobre segurança, responsabilidade e privacidade
Mas não esperem uma invasão súbita de robôs. A adoção será gradual, começando por tarefas específicas onde o valor é claro e os riscos são gerenciáveis.

Conclusão: Entre O Entusiasmo e A Prudência
Os robôs humanoides representam um dos avanços tecnológicos mais significativos do nosso tempo. Têm potencial para melhorar vidas, tornar o trabalho menos penoso e ajudar-nos a resolver problemas complexos.
Mas também trazem desafios reais que não podem ser ignorados. A substituição de empregos, as questões de privacidade, os dilemas éticos e a possibilidade de aprofundar desigualdades sociais são preocupações legítimas.
O futuro não está escrito. Dependerá das escolhas que fazemos agora: que regulamentação implementamos, como investimos em educação e formação, que valores priorizamos no desenvolvimento desta tecnologia.
Uma coisa é certa: os robôs humanoides deixaram de ser ficção científica. Estão a bater à porta. Cabe-nos decidir como abrimos essa porta e em que termos os recebemos.
A tecnologia avança, mas somos nós, humanos, que decidimos o rumo. E essa responsabilidade é, talvez, a mais importante de todas.
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